Ministério da Saúde suspende vacinação de cães e gatos

O Ministério da Saúde suspende preventivamente as campanhas de vacinação de cães e gatos contra raiva animal em todo o país. A decisão foi tomada depois dos resultados preliminares de investigação laboratorial informados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Desde julho, a vacinação já foi iniciada em 22 estados e no Distrito Federal. Foram vacinados 7,9 milhões de animais. A meta é vacinar 28,5 milhões de cães e gatos. De 12 de agosto a 6 de outubro, as Secretarias Estaduais de Saúde notificaram ao ministério 1.401 reações graves à vacina, dos quais 217 mortes, ocorridas no Distrito Federal, Espírito Santo, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins.

A investigação, realizada com cobaias, indicou a ocorrência de efeitos graves e mortes depois da vacinação que, até então, não eram previstos na literatura científica disponível. Com base nesses resultados, como medida cautelar, o ministério da Agricultura recomenda a interrupção temporária do uso da vacina, até que a investigação seja concluída. Entre os efeitos que não eram previstos e que foram observados estão hemorragia, dificuldade de locomoção, hipersensibilidade de contato e intensa prostração.

A vacina que está sendo analisada é a RAI-PET®, produzida pelo laboratório Biovet, com registro desde 2003 no Ministério da Agricultura.

SOBRE A RAIVA – A raiva é uma doença viral transmitida ao homem quando um animal infectado o morde, lambe ou arranha. Os principais transmissores são os cães, gatos, saguis e morcegos. Como não é possível imunizar animais que vivem na natureza, a campanha de vacinação de cães e gatos é a principal forma de prevenir os casos da doença em humanos, que tem letalidade altíssima, próxima de 100%. Somente três casos no mundo conseguiram sobreviver – um deles foi um rapaz do interior de Pernambuco, em 2008.
Em 2010 foram notificados dois casos de raiva humana no Brasil – um no Rio Rio Grande do Norte, por ataque de morcego, e outro no Ceará, por ataque de cão. Os dois pacientes morreram.

Do Correio Braziliense