O que faz doer nem sempre tem causa aparente. Dor é um acontecimento sem datas. Prolonga-se no tempo e contraria todas as regras dos argumentos. Eu não sei o que dói. Eu não sei quando começou doer. O que sei é que a dor é a identificação mais profunda da condição humana. Dela é que nasce a expressão do cuidado. A dor sinaliza que algo precisa ser curado, que algo carece de presença, olhar atento e esforço redobrado. Dores são diversas. São físicas, emocionais, psíquicas. Dores de toda hora,de vez em quando, ao cair da tarde, com o chegar das primeiras estrelas ou com os primeiros raios de sol. Dores não conhecem o tempo. Chegam quando querem. Elas se acomodam nos cantos da alma, nos centros das carnes e ficam. Os que já sofreram muitas dores aprenderam a lidar com elas. Elas amadurecem. Eu tenho um amigo travando uma luta ferrenha com essas visitantes estranhas. Os olhos brilhavam um pouco mais. O sorriso que lhe é tão próprio não se desfez em nenhum momento, mas apenas cedeu lugar para uma forma mais sublime de sorrir. Era a dor chegando com sua lousa e giz, pronta pra ensinar. Ele tem sabido aprender. Tenho orgulho do meu amigo e sei, que mais cedo ou mais tarde, eu receberei as lições desse aprendizado. Sofri com ele, mas de longe. Não posso ficar ao lado. Eu experimento a dor à distância. Experimento a dor que tem sido minha, e que de alguma forma é a dele também. Dores criam esquinas inesperadas. Não sabemos dar nome ao que nos faz sofrer.... soframos abraçados aos que nos amam de verdade. A dor certamente será menor..... Tenha uma linda semana |
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
QUANDO A DOR NOS VISITAR
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